sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Hoje à noite: Som Brasil Caymmi


O Som Brasil de dezembro relembra um dos maiores compositores do país. O último homenageado de 2008 é Dorival Caymmi, que compôs músicas que ajudaram a construir a imagem de um Brasil doce e sereno para o mundo e para os brasileiros. O especial de fim de ano em homenagem a Dorival Caymmi será exibido em um novo horário: logo após o Globo Repórter. O programa reúne filhos e neta do compositor baiano, além de grandes nomes da música nacional. Para representar a obra desse baiano inspirado, ninguém melhor que sua própria família: Nana, Dori, Danilo e a neta Alice Caymmi dividem o palco com Margareth Menezes, Zeca Baleiro e a banda Moinho.


Nascido em Salvador a 30 de abril de 1914, Dorival Caymmi recebeu as primeiras influências musicais de seu pai, um funcionário público que tocava piano, violão e bandolim. Compôs sua primeira canção aos 16 anos. Aos 23, veio para o Rio estudar Direito, mas logo emplacava o primeiro sucesso na voz de Carmen Miranda, “O que é que a baiana tem?”. Em 60 anos de carreira, Caymmi compôs pouco mais de cem canções – uma obra relativamente pequena em quantidade, mas de qualidade impressionante.


A família Caymmi interpreta “Só Louco”, na voz de Nana; “Nem Eu”, cantada pela neta Alice, em sua primeira aparição num programa de televisão (ela cantou na abertura do Pan); “Sábado em Copacabana”, com Danilo, em parceria com a filha Alice; e Dori interpreta “João Valentão”. Cantora e compositora baiana de fama e prestígio mundiais, Margareth Menezes interpreta as canções que remetem ao mar, como “Pescaria”, “Morena do Mar” e um medley de “Suíte dos Pescadores” e “Temporal”. Zeca Baleiro, artista maranhense mestre no jogo inteligente das palavras e dos sons, sobe ao palco para cantar as mulheres de Caymmi, “Dora”, “Marina” e “Rosa Morena”. Moinho, grupo baiano formado pelo guitarrista Toni Costa, pela atriz e cantora Emanuelle Araújo e pela percussionista Lan Lan, interpreta um medley de “Você já foi à Bahia”, “O que é que a baiana tem?” e “Vatapá”. A banda canta ainda “Saudade da Bahia” e um medley de “Samba da Minha Terra” e “Maracangalha”.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Vem aí: "Maysa - Quando Fala o Coração"


De 5 a 16 de janeiro de 2009, a Globo apresentará a série brasileira Maysa - Quando Fala o Coração, uma superprodução em nove capítulos que vai mostrar a história da talentosa e polêmica cantora, ícone de uma geração de artistas da música popular brasileira e símbolo de controvérsia e atitudes que acompanharam toda sua trajetória. Maysa rompeu com uma vida de luxo e conforto e abriu mão de um casamento milionário para dedicar sua vida ao que mais amava: cantar. A minissérie é de autoria de Manoel Carlos, e conta com a direção de Jayme Monjardim, filho único da cantora .

O tom realista marca gravações em várias partes do mundo. A minissérie vai contar a história da cantora Maysa, uma mulher a frente do seu tempo, que não tinha medo de dizer o que pensava e de lutar pelo que queria. A série brasileira reúne todas as passagens de Maysa em várias partes do mundo, com gravações nos principais países em que a cantora se apresentou ou viveu como Portugal, Espanha, França, Argentina, além do Brasil. Para reforçar o caráter realista da história, 90% das cenas foram gravadas em externas, em edifícios históricos por onde circulava a alta sociedade nos anos 50, 60 e 70.
Novos talentos vivem personagens marcantes na vida de Maysa. A série brasileira Maysa terá, a exemplo de outras produções da Globo como Hoje é dia de Maria e A Pedra do Reino, o conceito de lançar novos talentos, sejam eles atores ou cantores. Para o papel de Maysa, a escolhida foi a atriz Larissa Maciel . A estreante em TV tem o semblante incrivelmente parecido com o da cantora, e venceu uma seleção entre 200 candidatas.

Musa inspiradora de várias correntes musicais, Maysa marcou época como representante de várias correntes musicais como o samba-canção, o tropicalismo e a bossa nova e, desde a adolescência, cantava, compunha e tocava violão.Seu timbre único, com viés melancólico e triste, destacava a voz que se tornou emblemática no gênero que ficou conhecido como dor de cotovelo ou fossa. Comparado ao bolero, o gênero explorava temas recorrentes como o amor não realizado e o romantismo.

Quem foi Maysa?

Maysa pertencia a uma tradicional família do Espírito Santo, mas nasceu em São Paulo e viveu seu primeiro ano de vida no Rio de Janeiro. Seus pais mudavam de cidade com freqüência e se transferiram em seguida para Bauru e depois para a cidade de São Paulo.

Aos dezoito anos Maysa surpreende a conservadora sociedade paulistana ao se casar com o empresário André Matarazzo, dezessete anos mais velho e membro da tradicional família Matarazzo. Da união nasceu Jayme Monjardim, que foi criado pela avó e, posteriormente, num colégio interno na Espanha. O casamento terminou em 1959 quando Matarazzo se opôs à sua carreira artística.

Maysa foi uma das principais divulgadoras da MPB fora do Brasil, realizando temporadas nos Estados Unidos, Portugal, França, Argentina, Uruguai, Peru e Angola, além de apresentações nas principais casas de espetáculo do Rio de Janeiro e São Paulo nas décadas de 60 e 70, como o João Sebastião Bar, Au Bon Gourmet, Canecão e Urso Branco. Na TV, Maysa fez participações especiais nas novelas O Cafona, ao lado de Francisco Cuoco e Bravo!, com Carlos Alberto.

Contemporânea da cantora e compositora Dolores Duran, Maysa compôs 26 canções com temas profundos, numa época em que havia poucas mulheres compositoras. Gravou todas com grande sucesso, carregando sua interpretação com muita personalidade, sentimento e grande expressão afetiva. Em 1977, a cantora morreu num acidente de automóvel na Ponte Rio-Niterói.

Alguns destes momentos mais destacados aconteceram em interpretações de Chão de estrelas, em 1974 e Ne me quitte pas, em 1976, versão da canção francesa, considerada uma das mais bem feitas pela crítica especializada e apresentada em duas edições do Fantástico na época. Ficaram celebrizados na voz de Maysa ainda, sucessos como Ouça, Meu mundo caiu, Felicidade Infeliz, Solidão, Bom dia tristeza, Bloco da Solidão, Tristeza, Adeus, Agonia, Marcada, Não vou querer, Resposta, Rindo de mim, Tarde triste e O barquinho.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A cara da nova MPB: prólogo


O Brasil é um país repleto de diversas culturas, povos e lugares diferentes, e disso não poderia sair coisa diferente: nossa música também é muito rica, e a cada ano nascem novos talentos. Reuni alguns dos novos nomes da MPB, alguns já conhecidos, outros nem tanto, que são promessa de grande sucesso. Você verá aqui no blog nomes que já estiveram presentes por diversas vezes no nosso país imaginário. Outros nem tanto. E outros ainda, que nunca foram citados. Mas estes são os nomes da futura geração da música popular brasileira, e que ouviremos falar (e cantar) por muitas vezes:

As Chicas, Marina Machado, O Teatro Mágico, Ana Cañas, Max Viana, Paula Lima, Pedro Moraes, Maria Rita, Bebel Gilberto, Teresa Cristina, Marina de la Riva, Diogo Nogueira, Mariana Aydar, Luciana Mello, Seu Jorge, Móveis Coloniais de Acaju, Vanessa da Mata, CéU, Vander Lee, Jair Oliveira, Cibelle, Thalma de Freitas, Ana Carolina, Fernanda Takai, Kadu Vianna, Isabella Tavianni, Pedro Mariano, Mombojó, Roberta Sá, Luiza Possi, 3 na Massa, Mariana Baltar, Pedro Morais e Zeca Baleiro.

Nomes que você já conhece, ou que precisa conhecer. Nas  postagens das próximas semanas, conheça um pouco mais das caras da nova MPB.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Clássicos: "As Rosas Não Falam"



Tem canções que, por mais que o tempo passe, nunca saem de moda. "As Rosas Não Falam" é um perfeito exemplo. Eleita pelos leitores de um jornal como a melhor música do compositor Angenor de Oliveira, o Cartola (com 41,5% dos votos), a canção fala sobre a tristeza que resta quando se perde um amor. A primeira gravação comercial da canção foi feita por Beth Carvalho, no disco Mundo Melhor, em 1976. No entanto, muitos outros já regravaram a canção, como Nelson Gonçalves, Fagner, Paulinho da Viola, Luicana Mello, Ney Matogrosso e Elizeth Cardoso. Com uma letra incrivelmente delicada e uma melodia sedutora, As Rosas Não Falam é uma daquelas músicas que a gente pára pra ouvir. E sem sombra de dúvidas, se encanta.



As Rosas Não Falam
(Cartola)

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão
Enfim

Volto ao jardim
Com a certeza de que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim

Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai!!!

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Hoje à noite: Som Brasil Tom Jobim


Logo mais à noite, depois do programa do Jô (às 1:55 da manhã), o especial Som Brasil do mês de novembro homenageia um dos maiores compositores de todos os tempos: Tom Jobim. O defensor da música brasileira, como Jobim se intitulava, é um dos músicos mais interpretados do mundo. O programa apresenta no palco o sexteto BR6, Mario Adnet, Rosa Passos, Joyce e, para representar o grande maestro, Milton Nascimento e Trio Jobim.

Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim nasceu em 25 de janeiro de 1927, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. Porém, o cantor só encontrou a garota de seus sucessos em Ipanema, onde cresceu e floresceu. Ainda jovem, trabalhava como pianista nas boates dos anos dourados de Copacabana para se sustentar. Com uma lista de parceiros invejáveis, que inclui Vinícius de Moraes e João Gilberto, Tom Jobim teve 35 discos gravados e mais de 500 grandes canções compostas em seus 40 anos de carreira.

No especial, a cantora baiana de sucesso internacional Rosa Passos traz ao palco suas versões para “Dindi”, “Retrato em branco e preto”, “Você vai ver” e “Águas de março”. O sexteto BR6, formado por Crismarie Hackenberg, Deco Fiori, André Protásio, Marcelo Caldi, Simô e Naife Simões, interpreta à capela “The Girl from Ipanema”, “Surfboard” e “Samba do Avião”. O violonista, cantor, compositor e maestro carioca Mario Adnet toca “Wave” e “Quebra pedra”. Mario e sua orquestra ainda se juntam à cantora Joyce para interpretar “Luiza”. Por fim, Milton Nascimento e Jobim Trio interpretam “A Felicidade”, “Inútil Passagem”, “Eu sei que vou te amar” e “Chega de Saudade”.



Rosa Passos interpreta o sucesso "Águas de Março"



A cantora Joyce se une ao maestro Mario Adnet em "Luiza"


Milton Nascimento e o Trio Jobim cantam "Eu sei que vou te amar"


"The Girl of Ipanema", o maior sucesso de Jobim, nas vozes do BR6.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Releituras: O que será

A convite do trompetista alemão Til Bronner, a cantora matogrossense Vanessa da Mata emprestou sua delicadeza e sensualidade ao clássico O Que Será, de Chico Buarque. A gravação é do cd do instrumentista, "Rio", inteiramente dedicado à música brasileira.

O que será, que será
Que andam suspirando pelas alcovas?
Que andam sussurrando em versos e trovas?
Que andam combinando no breu das tocas?
Que anda nas cabeças, anda nas bocas?
Que andam acendendo velas nos becos?
Que estão falando alto pelos botecos?
Que gritam nos mercados?
Que com certeza está na natureza?
Será, que será? 
O que não tem certeza nem nunca terá! 
O que não tem concerto nem nunca terá!
 O que não tem tamanho... 

O que será, Que Será, 
Que vive nas idéias desses amantes? 
Que cantam os poetas mais delirantes?
 Que juram os profetas embriagados? 
Que está na romaria dos mutilados? 
Que está nas fantasias dos infelizes?
Que está no dia a dia das meretrizes,
No plano dos bandidos, dos desvalidos
 Em todos os sentidos?
Será, que será?
 O que não tem decência nem nunca terá! 
O que não tem censura nem nunca terá! 
O que não faz sentido... 

O que será, que será, 
Que todos os avisos não vão evitar?
 Porque todos os risos vão desafiar, 
Porque todos os sinos irão repicar,
 Porque todos os hinos irão consagrar,
E todos os meninos vão desembestar, 
E todos os destinos irão se encontrar
 E mesmo padre eterno, que nunca foi lá, 
Olhando aquele inferno, vai abençoar!
O que não tem governo nem nunca terá! 
O que não tem vergonha nem nunca terá!
 O que não tem juízo...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Releituras: Tropicália

Conheça a versão da cantora paulistana CéU, para o clássico "Tropicália", música composta por Caetano Veloso e gravada por ele, Gal Costa, Novos Baianos, entre outros. A versão é uma parceira feita entre CéU, o músico Beto Villares e o cineasta Fil Pinheiro, para o filme "O ano em que meus pais saíram de férias", de 2006.

Tropicália - por CéU

Sobre a cabeça os aviões, sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões, meu nariz
 Eu organizo o movimento, eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento no planalto central do país
Viva a bossa, sa, sa
Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça

O monumento é de papel crepom e prata, os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde atrás da verde mata o luar do sertão
O monumento não tem porta, a entrada é uma rua antiga, estreita e torta
E no joelho uma criança sorridente, feia e morta estende a mão
Viva a mata, ta, ta
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta

No pátio interno há uma piscina com água azul de Amaralina
Coqueiro, brisa e fala nordestina e faróis
Na mão direita tem uma roseira autenticando eterna primavera
E no jardim os urubus passeiam a tarde inteira entre os girassóis
Viva Maria, ia, ia
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia

No pulso esquerdo o bang-bang... em suas veias corre muito pouco sangue
Mas seu coração balança a um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhores ele pões os olhos grandes sobre mim
Viva Iracema, ma, ma
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma

Domingo é o fino-da-bossa, segunda-feira está na fossa, terça-feira vai à roça
Porém, o monumento é bem moderno, não disse nada do modelo do meu terno
Que tudo mais vá pro inferno, meu bem
Que tudo mais vá pro inferno, meu bem
Viva a banda, da, da
Carmem Miranda, da, da, da, da