sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Hoje à noite: Som Brasil Caymmi


O Som Brasil de dezembro relembra um dos maiores compositores do país. O último homenageado de 2008 é Dorival Caymmi, que compôs músicas que ajudaram a construir a imagem de um Brasil doce e sereno para o mundo e para os brasileiros. O especial de fim de ano em homenagem a Dorival Caymmi será exibido em um novo horário: logo após o Globo Repórter. O programa reúne filhos e neta do compositor baiano, além de grandes nomes da música nacional. Para representar a obra desse baiano inspirado, ninguém melhor que sua própria família: Nana, Dori, Danilo e a neta Alice Caymmi dividem o palco com Margareth Menezes, Zeca Baleiro e a banda Moinho.


Nascido em Salvador a 30 de abril de 1914, Dorival Caymmi recebeu as primeiras influências musicais de seu pai, um funcionário público que tocava piano, violão e bandolim. Compôs sua primeira canção aos 16 anos. Aos 23, veio para o Rio estudar Direito, mas logo emplacava o primeiro sucesso na voz de Carmen Miranda, “O que é que a baiana tem?”. Em 60 anos de carreira, Caymmi compôs pouco mais de cem canções – uma obra relativamente pequena em quantidade, mas de qualidade impressionante.


A família Caymmi interpreta “Só Louco”, na voz de Nana; “Nem Eu”, cantada pela neta Alice, em sua primeira aparição num programa de televisão (ela cantou na abertura do Pan); “Sábado em Copacabana”, com Danilo, em parceria com a filha Alice; e Dori interpreta “João Valentão”. Cantora e compositora baiana de fama e prestígio mundiais, Margareth Menezes interpreta as canções que remetem ao mar, como “Pescaria”, “Morena do Mar” e um medley de “Suíte dos Pescadores” e “Temporal”. Zeca Baleiro, artista maranhense mestre no jogo inteligente das palavras e dos sons, sobe ao palco para cantar as mulheres de Caymmi, “Dora”, “Marina” e “Rosa Morena”. Moinho, grupo baiano formado pelo guitarrista Toni Costa, pela atriz e cantora Emanuelle Araújo e pela percussionista Lan Lan, interpreta um medley de “Você já foi à Bahia”, “O que é que a baiana tem?” e “Vatapá”. A banda canta ainda “Saudade da Bahia” e um medley de “Samba da Minha Terra” e “Maracangalha”.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Vem aí: "Maysa - Quando Fala o Coração"


De 5 a 16 de janeiro de 2009, a Globo apresentará a série brasileira Maysa - Quando Fala o Coração, uma superprodução em nove capítulos que vai mostrar a história da talentosa e polêmica cantora, ícone de uma geração de artistas da música popular brasileira e símbolo de controvérsia e atitudes que acompanharam toda sua trajetória. Maysa rompeu com uma vida de luxo e conforto e abriu mão de um casamento milionário para dedicar sua vida ao que mais amava: cantar. A minissérie é de autoria de Manoel Carlos, e conta com a direção de Jayme Monjardim, filho único da cantora .

O tom realista marca gravações em várias partes do mundo. A minissérie vai contar a história da cantora Maysa, uma mulher a frente do seu tempo, que não tinha medo de dizer o que pensava e de lutar pelo que queria. A série brasileira reúne todas as passagens de Maysa em várias partes do mundo, com gravações nos principais países em que a cantora se apresentou ou viveu como Portugal, Espanha, França, Argentina, além do Brasil. Para reforçar o caráter realista da história, 90% das cenas foram gravadas em externas, em edifícios históricos por onde circulava a alta sociedade nos anos 50, 60 e 70.
Novos talentos vivem personagens marcantes na vida de Maysa. A série brasileira Maysa terá, a exemplo de outras produções da Globo como Hoje é dia de Maria e A Pedra do Reino, o conceito de lançar novos talentos, sejam eles atores ou cantores. Para o papel de Maysa, a escolhida foi a atriz Larissa Maciel . A estreante em TV tem o semblante incrivelmente parecido com o da cantora, e venceu uma seleção entre 200 candidatas.

Musa inspiradora de várias correntes musicais, Maysa marcou época como representante de várias correntes musicais como o samba-canção, o tropicalismo e a bossa nova e, desde a adolescência, cantava, compunha e tocava violão.Seu timbre único, com viés melancólico e triste, destacava a voz que se tornou emblemática no gênero que ficou conhecido como dor de cotovelo ou fossa. Comparado ao bolero, o gênero explorava temas recorrentes como o amor não realizado e o romantismo.

Quem foi Maysa?

Maysa pertencia a uma tradicional família do Espírito Santo, mas nasceu em São Paulo e viveu seu primeiro ano de vida no Rio de Janeiro. Seus pais mudavam de cidade com freqüência e se transferiram em seguida para Bauru e depois para a cidade de São Paulo.

Aos dezoito anos Maysa surpreende a conservadora sociedade paulistana ao se casar com o empresário André Matarazzo, dezessete anos mais velho e membro da tradicional família Matarazzo. Da união nasceu Jayme Monjardim, que foi criado pela avó e, posteriormente, num colégio interno na Espanha. O casamento terminou em 1959 quando Matarazzo se opôs à sua carreira artística.

Maysa foi uma das principais divulgadoras da MPB fora do Brasil, realizando temporadas nos Estados Unidos, Portugal, França, Argentina, Uruguai, Peru e Angola, além de apresentações nas principais casas de espetáculo do Rio de Janeiro e São Paulo nas décadas de 60 e 70, como o João Sebastião Bar, Au Bon Gourmet, Canecão e Urso Branco. Na TV, Maysa fez participações especiais nas novelas O Cafona, ao lado de Francisco Cuoco e Bravo!, com Carlos Alberto.

Contemporânea da cantora e compositora Dolores Duran, Maysa compôs 26 canções com temas profundos, numa época em que havia poucas mulheres compositoras. Gravou todas com grande sucesso, carregando sua interpretação com muita personalidade, sentimento e grande expressão afetiva. Em 1977, a cantora morreu num acidente de automóvel na Ponte Rio-Niterói.

Alguns destes momentos mais destacados aconteceram em interpretações de Chão de estrelas, em 1974 e Ne me quitte pas, em 1976, versão da canção francesa, considerada uma das mais bem feitas pela crítica especializada e apresentada em duas edições do Fantástico na época. Ficaram celebrizados na voz de Maysa ainda, sucessos como Ouça, Meu mundo caiu, Felicidade Infeliz, Solidão, Bom dia tristeza, Bloco da Solidão, Tristeza, Adeus, Agonia, Marcada, Não vou querer, Resposta, Rindo de mim, Tarde triste e O barquinho.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A cara da nova MPB: prólogo


O Brasil é um país repleto de diversas culturas, povos e lugares diferentes, e disso não poderia sair coisa diferente: nossa música também é muito rica, e a cada ano nascem novos talentos. Reuni alguns dos novos nomes da MPB, alguns já conhecidos, outros nem tanto, que são promessa de grande sucesso. Você verá aqui no blog nomes que já estiveram presentes por diversas vezes no nosso país imaginário. Outros nem tanto. E outros ainda, que nunca foram citados. Mas estes são os nomes da futura geração da música popular brasileira, e que ouviremos falar (e cantar) por muitas vezes:

As Chicas, Marina Machado, O Teatro Mágico, Ana Cañas, Max Viana, Paula Lima, Pedro Moraes, Maria Rita, Bebel Gilberto, Teresa Cristina, Marina de la Riva, Diogo Nogueira, Mariana Aydar, Luciana Mello, Seu Jorge, Móveis Coloniais de Acaju, Vanessa da Mata, CéU, Vander Lee, Jair Oliveira, Cibelle, Thalma de Freitas, Ana Carolina, Fernanda Takai, Kadu Vianna, Isabella Tavianni, Pedro Mariano, Mombojó, Roberta Sá, Luiza Possi, 3 na Massa, Mariana Baltar, Pedro Morais e Zeca Baleiro.

Nomes que você já conhece, ou que precisa conhecer. Nas  postagens das próximas semanas, conheça um pouco mais das caras da nova MPB.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Clássicos: "As Rosas Não Falam"



Tem canções que, por mais que o tempo passe, nunca saem de moda. "As Rosas Não Falam" é um perfeito exemplo. Eleita pelos leitores de um jornal como a melhor música do compositor Angenor de Oliveira, o Cartola (com 41,5% dos votos), a canção fala sobre a tristeza que resta quando se perde um amor. A primeira gravação comercial da canção foi feita por Beth Carvalho, no disco Mundo Melhor, em 1976. No entanto, muitos outros já regravaram a canção, como Nelson Gonçalves, Fagner, Paulinho da Viola, Luicana Mello, Ney Matogrosso e Elizeth Cardoso. Com uma letra incrivelmente delicada e uma melodia sedutora, As Rosas Não Falam é uma daquelas músicas que a gente pára pra ouvir. E sem sombra de dúvidas, se encanta.



As Rosas Não Falam
(Cartola)

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão
Enfim

Volto ao jardim
Com a certeza de que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim

Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai!!!

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Hoje à noite: Som Brasil Tom Jobim


Logo mais à noite, depois do programa do Jô (às 1:55 da manhã), o especial Som Brasil do mês de novembro homenageia um dos maiores compositores de todos os tempos: Tom Jobim. O defensor da música brasileira, como Jobim se intitulava, é um dos músicos mais interpretados do mundo. O programa apresenta no palco o sexteto BR6, Mario Adnet, Rosa Passos, Joyce e, para representar o grande maestro, Milton Nascimento e Trio Jobim.

Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim nasceu em 25 de janeiro de 1927, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. Porém, o cantor só encontrou a garota de seus sucessos em Ipanema, onde cresceu e floresceu. Ainda jovem, trabalhava como pianista nas boates dos anos dourados de Copacabana para se sustentar. Com uma lista de parceiros invejáveis, que inclui Vinícius de Moraes e João Gilberto, Tom Jobim teve 35 discos gravados e mais de 500 grandes canções compostas em seus 40 anos de carreira.

No especial, a cantora baiana de sucesso internacional Rosa Passos traz ao palco suas versões para “Dindi”, “Retrato em branco e preto”, “Você vai ver” e “Águas de março”. O sexteto BR6, formado por Crismarie Hackenberg, Deco Fiori, André Protásio, Marcelo Caldi, Simô e Naife Simões, interpreta à capela “The Girl from Ipanema”, “Surfboard” e “Samba do Avião”. O violonista, cantor, compositor e maestro carioca Mario Adnet toca “Wave” e “Quebra pedra”. Mario e sua orquestra ainda se juntam à cantora Joyce para interpretar “Luiza”. Por fim, Milton Nascimento e Jobim Trio interpretam “A Felicidade”, “Inútil Passagem”, “Eu sei que vou te amar” e “Chega de Saudade”.



Rosa Passos interpreta o sucesso "Águas de Março"



A cantora Joyce se une ao maestro Mario Adnet em "Luiza"


Milton Nascimento e o Trio Jobim cantam "Eu sei que vou te amar"


"The Girl of Ipanema", o maior sucesso de Jobim, nas vozes do BR6.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Releituras: O que será

A convite do trompetista alemão Til Bronner, a cantora matogrossense Vanessa da Mata emprestou sua delicadeza e sensualidade ao clássico O Que Será, de Chico Buarque. A gravação é do cd do instrumentista, "Rio", inteiramente dedicado à música brasileira.

O que será, que será
Que andam suspirando pelas alcovas?
Que andam sussurrando em versos e trovas?
Que andam combinando no breu das tocas?
Que anda nas cabeças, anda nas bocas?
Que andam acendendo velas nos becos?
Que estão falando alto pelos botecos?
Que gritam nos mercados?
Que com certeza está na natureza?
Será, que será? 
O que não tem certeza nem nunca terá! 
O que não tem concerto nem nunca terá!
 O que não tem tamanho... 

O que será, Que Será, 
Que vive nas idéias desses amantes? 
Que cantam os poetas mais delirantes?
 Que juram os profetas embriagados? 
Que está na romaria dos mutilados? 
Que está nas fantasias dos infelizes?
Que está no dia a dia das meretrizes,
No plano dos bandidos, dos desvalidos
 Em todos os sentidos?
Será, que será?
 O que não tem decência nem nunca terá! 
O que não tem censura nem nunca terá! 
O que não faz sentido... 

O que será, que será, 
Que todos os avisos não vão evitar?
 Porque todos os risos vão desafiar, 
Porque todos os sinos irão repicar,
 Porque todos os hinos irão consagrar,
E todos os meninos vão desembestar, 
E todos os destinos irão se encontrar
 E mesmo padre eterno, que nunca foi lá, 
Olhando aquele inferno, vai abençoar!
O que não tem governo nem nunca terá! 
O que não tem vergonha nem nunca terá!
 O que não tem juízo...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Releituras: Tropicália

Conheça a versão da cantora paulistana CéU, para o clássico "Tropicália", música composta por Caetano Veloso e gravada por ele, Gal Costa, Novos Baianos, entre outros. A versão é uma parceira feita entre CéU, o músico Beto Villares e o cineasta Fil Pinheiro, para o filme "O ano em que meus pais saíram de férias", de 2006.

Tropicália - por CéU

Sobre a cabeça os aviões, sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões, meu nariz
 Eu organizo o movimento, eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento no planalto central do país
Viva a bossa, sa, sa
Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça

O monumento é de papel crepom e prata, os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde atrás da verde mata o luar do sertão
O monumento não tem porta, a entrada é uma rua antiga, estreita e torta
E no joelho uma criança sorridente, feia e morta estende a mão
Viva a mata, ta, ta
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta

No pátio interno há uma piscina com água azul de Amaralina
Coqueiro, brisa e fala nordestina e faróis
Na mão direita tem uma roseira autenticando eterna primavera
E no jardim os urubus passeiam a tarde inteira entre os girassóis
Viva Maria, ia, ia
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia

No pulso esquerdo o bang-bang... em suas veias corre muito pouco sangue
Mas seu coração balança a um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhores ele pões os olhos grandes sobre mim
Viva Iracema, ma, ma
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma

Domingo é o fino-da-bossa, segunda-feira está na fossa, terça-feira vai à roça
Porém, o monumento é bem moderno, não disse nada do modelo do meu terno
Que tudo mais vá pro inferno, meu bem
Que tudo mais vá pro inferno, meu bem
Viva a banda, da, da
Carmem Miranda, da, da, da, da

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

10 frases de "Amor e Caos"



Um disco autoral, audacioso e distante do que se convencionou denominar MPB. É essa a arma usada pela paulista Ana Cañas  em seu CD de estréia, "Amor e Caos". Dona de uma bela voz grave, Ana já estréia como uma promissora compositora pop e uma cantora carismática. Formada em artes cênicas, amadurecida por mais de cinco anos de jam sessions na noite de São Paulo (interpretando clássicos de jazz e alguns temas de MPB no All of Jazz e no sofisticado Barreto, no Hotel Fasano), a cantora imprime nas canções do álbum uma atmosfera jazzística, sem fazer jazz, mas usando e abusando de um andamento musical imprevisível e extremamente inovador.

Ana Cañas decidiu ser cantora ao ouvir Ella Fitzgerald pela primeira vez. Além da grande diva do jazz americano, Ana também busca influência em cantoras como Regina Spektor, CéU e Amy Winehouse, de quem fala com enorme  empolgação: "ela canta bêbada, ela emociona... ela é foda". Amor e Caos inclui boas versões de Coração Vagabundo (Caetano Veloso), Super Mulher (Jorge Mautner) e Rainy Day Women, de Bob Dylan. Outra inspiração é Marisa Monte. A faixa "Para Todas as Coisas" é uma "homenagem" à cantora, com a mesma estrutura de letra e melodia de "Diariamente" (Nando Reis). "Eu ouvia a música e pensava: "Cada um pode ter sua própria "Diariamente". Quis fazer a minha", diz. O single "A Ana" é uma canção autobiográfica que reflete a mistura de sons interessantes e provocantes que a cantora faz. Uma canção para mostrar uma nova cara da música brasileira.

Estreante de grande sorte e talento, sua versão de "Coração Vagabundo" foi tema da novela global Sete Pecados e uma das canções mais executadas nas rádios neste ano. Ana Cañas é a forte candidata a brilhar no cenário musical. Apesar de ter ainda um longo caminho a trilhar, Ana demonstra ser uma cantora preparada, entusiasmada e disposta a evoluir muito. Ela já é tida por muitos como a nova diva da MPB, e a julgar por “Amor e Caos” e pela forma decidida como fala sobre seu trabalho, o futuro anuncia-se venturoso para a doce-e-azeda Ana. 


As 10 melhores frases do cd:





  1. Como se disfarça a intenção? O que fazer com a obrigação? (?) [o nome da música é "?" = Interrogação]
  2. Se você olhar pra trás e sentir uma saudade, não espere, não vacile, vá em frente e volte atrás... (Vacina na veia)
  3. Eu explico o esquema: me abraça, me ama, me beija! (Cadê você)
  4. Um coração, assim, roubado, bate muito acelerado...  (Devolve, moço)
  5. Meu santo veio me dizer: somente Deus para entender (Mandinga Não)
  6. Nem se atreva a pensar muito: o meu universo ainda despreza quem não sabe o que quer... (Devolve, moço)
  7. Meu coração vagabundo quer guardar o mundo em mim! (Coração Vagabundo)
  8. Ela fala, ela canta, ela grita, ela zanza, ela tem aquela transa que eu não digo com quem é... (Super Mulher)
  9. A Ana é azeda, mas muito doce quando é doce. (A Ana)
  10. Para fofocar, revista. Para distrair, TV. Para uma dieta, açúcar. E para amar, você. (Para Todas As Coisas)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Grammy Latino: confira os brasileiros premiados


Numa cerimônia marcada por confusão e por números musicais inusitados, as categorias brasileiras do Grammy Latino foram entregues aos premiados nesta quinta-feira, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. Apresentada por Daniela Cicarelli e Marcelo Tas, a festa aconteceu simultaneamente à entrega das categorias principais do Grammy Latino em Houston, nos Estados Unidos. Em São Paulo, os vencedores de oito categorias do prêmio foram anunciados, e durante os blocos era mostrada a festa ao vivo dos EUA.

Entre as apresentações, uma homenagem ao centenário de Carmem Miranda, feita por Sandy (com direito a arranjo de banana na cabeça) e Paula Toller. Também teve Sepultura cantando bossa nova, em homenagem a Garota de Ipanema, cuja versão em inglês venceu o Grammy World, como melhor gravação em 1964. Outros artistas, como Marcelo D2, Daniela Mercury, Pitty, Marina de la Riva, os Mutantes, Chitãozinho e Xororó também se apresentaram.

Cheia de falhas, a cerimônia brasileira foi um tanto quanto peculiar.Ao contrário da premiação tradicional, os vencedores não subiram ao palco para receber os prêmios, ou para um discurso de agradecimento. No caso de ganhadores que estavam no auditório, como CPM22 e Chitãozinho e Xororó, só restou comemorar da platéia. Na maior gafe da noite, a organização trocou um dos envelopes. As Irmãs Galvão subiram ao palco para apresentar o prêmio de Melhor Álbum de Música Tradicional Regional ou de Raízes Brasileiras. Na hora do vencedor, o nome anunciado foi o Seu Jorge, que concorria na categoria Melhor Álbum de MPB. "Acho que deram o envelope errado", se desculpou uma das apresentadoras, tentando levar o ocorrido bom humor.

Os premiados

Com seu Acústico MTV, Paulinho da Viola levou o prêmio de melhor álbum de samba/pagode. Sim, de Vanessa da Mata, foi escolhido como Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro. Os roqueiros do  - CPM22, com seu Cidade cinza, levaram o prêmio de Melhor Álbum de Rock BrasileiroQual o assunto que mais lhe interessa?, de Elba Ramalho, levou o Grammy como Melhor Álbum de Música Contemporânea Regional ou de Raízes Brasileiras. César Menotti e Fabiano e seu .Com Você ficaram com o prêmio de Melhor Álbum de Música RomânticaO prêmio de Melhor Álbum de Música Tradicional Regional ou de Raízes Brasileiras foi para Chitãozinho e Xororó, por Grandes Clássicos Sertanejos Acústico I. O vencedor na categoria Melhor Álbum de MPB foi América Brasil, o disco, de Seu Jorge.


O grande destaque brasileiro ficou por conta da cantora gospel Soraya Moraes. Com Tengo sed de ti, Soraya ganhou o prêmio de melhor álbum de música cristã  em língua espanhola, e também venceu na categoria melhor álbum de música cristã  em língua portuguesa, por Som da chuva. Mas a surpresa ficou quanto à música homônima ao disco em portugûes. Som da chuva (composta com o marido Marco Moraes),  levou a premiação de Melhor Canção Brasileira - pela primeira vez uma música gospel é eleita nessa categoria.


Nas categorias principais, os brasileiros Diogo Nogueira, Roberta Sá, Djavan e Gilberto Gil  não venceram as categorias às quais foram indicados. Como Artista Revelação (em que concorriam Diogo e Roberta), a vencedora foi a porto-riquenha Kany García. Rodolfo, do argentino Fito Páez, ganhou o prêmio de Melhor Álbum de Cantor/Compositor (na qual Djavan e Gil concorriam). O grande vencedor da noite foi colombiano Juanes, que ganhou cinco gramofones dourados na festa realizada em Houston, nos EUA. Com La vida... es un ratico recebeu o prêmio de Álbum do Ano, e também de Melhor Álbum Vocal Masculino, além dos prêmios de Gravação do Ano, Canção do Ano e Melhor Vídeo Musical curto, pela música Me enamora.


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Descobertas: Músicos de Minas

A música de Minas Gerais tem se mostrado cada vez mais forte. Além dos nomes já conhecidos da MPB (Milton Nascimento, Flávio Venturini, Lô Borges, Vander Lee, 14Bis e tantos outros) e do pop rock (como Skank, Pato Fu, Jota Quest e Tianastácia), as planícies mineiras tem revelado nomes que se consagram como promessas da música brasileira. Grandes compositores e intérpretes mineiros vem crescendo e ganhando espaço na mídia nacional. Alguns desses nomes seguem abaixo:

Amaranto

O trio Amaranto é composto pelas irmãs Flávia, Marina e Lúcia Ferraz, ambas ótimas cantoras e instrumentistas. Nascido no seio de uma família musical em Belo Horizonte, tem um repertório variado, que propõe um passeio pelo "solo da boa música, seja ela brasileira ou não". Ao som de violão, flauta e gaita, as três vozes das irmãs manifestam-se numa harmonia impecável. 

Inicialmente o nome da banda era "Flor de Cal", ainda sem a caçula Marina. Nessa fase, ainda pairava a indecisão e a incerteza entre escolher pela música e entre outras aspirações. Já completo, o trio passou a chamar-se "Rosa dos Ventos", e dispunha de um senso de direção mais forte. O caminho que Rosa dos Ventos traçou em dois anos levou ao Amaranto, nome adotado para marcar uma nova fase. 

"Retrato da Vida", primeiro CD do grupo lançado em 2000, foi gravado com apoio da Lei de Incentivo à Cultura, e investe na MPB das obras de Djavan. Com influencia de toadas, sambas, ritmos nordestinos e músicas do Clube da Esquina, "Brasilêro", o segundo CD, foi lançado em 2003. Em 2006, as irmãs lançam "Três Pontes", cd destinado ao público infantil.

Kadu Vianna

Kadu Vianna é mineiro de Nova Lima. Dono de uma voz doce e ao mesmo tempo forte, o músico se mostra simples (sabendo ousar na medida certa), seguro e charmoso, assim como suas canções, capazes de conquistar a qualquer um no primeiro acorde.  Kadu iniciou sua carreira artística ainda muito novo em Belo Horizonte, mas se lançou oficialmente no mercado há cerca de seis anos.

Violonista, guitarrista, compositor e cantor, de talento reconhecido por grandes nomes da música nacional, divide seu tempo entre os palcos e o bacharelado em Canto Lírico na UFMG. Aos poucos,  o cantor desenvolveu um estilo próprio e belo, demonstrando grande musicalidade na sua interpretação. 

Em dezembro de 2003 lançou seu primeiro CD, “Kadu Vianna”. Sucesso de público e crítica, o disco foi produzido por Luiz Brasil (produtor dos dois últimos CDs de Cássia Eller), e contou com composições próprias, parcerias com outros músicos e com releituras cheias de personalidade, além de uma composição inédita de Paulinho Moska.  O segundo CD, "Dentro", foi lançado em 2007, e traz à tona toda a versatilidade do cantor, além de contar com participações  como Flávio Henrique, Marina Machado e Milton Nascimento. Combinando talento, criatividade e simpatia, o artista é uma das maiores revelações da MPB mineira e promete fortemente se destacar no cenário da nova geração da música nacional.


Marina Machado

Dona de um talento enorme, a cantora Marina Machado já e figurinha carimbada nos palcos mineiros. Ex-nadadora do Minas Tênis Clube, Marina abandonou uma promissora carreira para investir nas formações acadêmicas em Música e Letras. 

A sua primeira participação como cantora profissional aconteceu em dois musicais, “Hollywood Bananas” e “Na Onda do Rádio”. Paralelamente, entre 1992 e 1995, Marina mantinha com os músicos Podé e Maurinho Nastácia o trio “Zoombeedoo”, que interpretava clássicos do rock nacional e internacional. Além disso, é co-fundadora, ao lado de Maurício Tizumba e Regina Souza, da Companhia Burlantins, projeto visava unir música e teatro em suas apresentações. 

Marina já gravou três CD's: "Baile das pulgas" (1999), "Marina 6 horas da tarde" (2002), "Tempo Quente" (2008). Já trabalhou ao lado de grandes nomes como Flávio Henrique, Samuel Rosa (Skank), Lô Borges, Seu Jorge e Milton Nascimento, que além de ser seu padrinho artístico (com quem a cantora inclusive já fez turnê), assina a direção artística do seu último CD. Com seu talento evidente, Marina Machado se prepara para ganhar o Brasil, porque como diz Milton, “o mundo ela já conquistou”.


Pedro Morais

"O mundo é resultado dos contrários". Com frases como esta e um talento à flor da pele é que Pedro Morais vem conquistando seu lugar no cenário musical do Brasil. Cantor, violonista e compositor exímio, Pedro tem um timbre agradabilíssimo, uma afinação perfeita e uma presença marcante. Sua história com a música iniciou aos sete anos, quando incentivado pelos pais, começou a executar seus primeiros acordes ao violão. Aos oito, já estava familiarizado com um segundo instrumento, o bandolim. Daí em diante, Pedro cresceu e apareceu.

Vencedor de importantes festivais, como o Festivale, é sempre convidado a participar de shows e discos de outros cantores. Com inspiração em nomes como Beatles, Novos Baianos, Cássia Eller e Tom Zé, Pedro já atuou com grande destaque em projetos culturais como Conexão Telemig Celular e Minas Musical, do BDMG Cultural. Recentemente, foi convidado para fazer abertura de shows de artistas consagrados da nova MPB, como Maria Rita e Jorge Vercillo, além de fazer shows em vários estados do Nordeste e em São Paulo. 

O primeiro CD de Perdo Morais é homônimo ao cantor. O álbum, produzido por Luiz Brasil e Flávio Henrique, traz 12 faixas, sendo 11 delas autorais e/ou parcerias. Traz também uma bela interpretação de “O Mestre Sala dos Mares”, de João Bosco e Aldir Blanc, gravada em um apartamento de BH, ao som da percussão feita em uma caixa de papelão. Pedro Morais conta com a originalidade, a personalidade e o carisma a seu favor. Sua voz incrível e sua precisão ao violão demonstram todo o potencial do cantor para se tornar um dos maiores nomes da nova MPB.


Mariana Nunes


Não se engane pelo rostinho de menina. Mariana Nunes pode parecer pequena, mas não é à toa vem sendo apontada pela crítica como uma das grandes vozes femininas da nova geração de intérpretes brasileiras. Com técnica, sentimento e exatidão, Mariana demonstra ser uma intérprete extremamente preparada. Ela aponta como referências "todos os grandes nomes da MPB", e sua trajetória é marcada por participar de trabalhos de artistas importantes da nova geração da música mineira. 

Teve uma bem sucedida estréia fonográfica com o CD e DVD Abra Palavra, em parceria com o também mineiro Vitor Santana, com quem gravou canções sofisticadas, de belas harmonias, que remetem a Tom Jobim, ao Milton Nascimento, ao Clube da Esquina entre outros. Mariana integra também o coral "Voz e Companhia", um dos mais importantes corais populares de Minas. Considerada uma grande revelação e já respeitada por grandes nomes da MPB, é minimalista e cautelosa em todos os detalhes de seu belo trabalho.

Neste ano, Mariana Nunes partiu para seu caminho solo, ao lançar seu primeiro CD, "A luz é como a água". Dona de uma bela e inconfundível voz, revela uma segurança impressionante para uma estreante. A cantora conta com repertório inédito de compositores mineiros, também fazem parte do repertório releituras de nomes consagrados. Mas a própria Mariana afirma: “não sinto como se fosse uma estréia; estou muito feliz e realizada porque estamos chegando ao final de uma etapa importante, olhando pra trás e vendo que deu tudo certo”. Com atitude, postura e talento, a jovem de cabelos dourados e carinha de princesa promete mostrar que tem muito mais a oferecer.